sexta-feira, 16 de abril de 2010

Não sei se também aconteceu convosco, mas madruguei no dia de hoje.
Não por ter ficado retida, em terra, por cancelamento de um qualquer voo, fruto da diversão de um vulcão islandês que decidiu presentear-nos com alguns “olá”, comunicando com todos nós. Mas simplesmente porque acordei bem cedo.

O início da manhã pedia algo diferente e seria pecado deixar de apreciar o mar e o rio, pelo que optei por fazer a marginal, sentir e absorver a força as águas, do vento, da pouca chuva que caia.
Imagens e sensações maravilhosas, a reter, numa manhã de céu cinza, onde comunguei com as forças da natureza compassos de uma música de rara beleza.

No regresso a Lisboa, vislumbravam-se, através da névoa, grandes embarcações, iniciando calmamente a sua saída, Tejo fora.
Nas praias, caterpillars procediam à transferência de areias, resguardando-as, com o intuito de as preservar das forças das marés.
Acariciadas pela batuta de Zéfiro, em Carcavelos, as palmeiras presentearam quem por lá passou com um bailado único. E o rio parecia regurgitar na zona de rebentação.
O relógio do tabelier marcava 8h04 am já cerca da Baía dos Golfinhos. E, em marcha moderada, os automobilistas contemplavam um rio fervilhando onde, ao longe, um ponto amarelo obrigava fixar o olhar - uma prancha de windsurf brincava com o vento naquela ondulação invulgar. E pensei nesse momento que não tinha sido a única a acordar cedo respondendo ao chamamento da natureza....e na felicidade que estaria a experimentar aquele/a que, bem afastado de terra, velejava, longe de tudo e de todos, a alta velocidade.

Ao longo da marginal homens e mulheres vestidos de verde desentupiam valas.
E chegada a Paço d’Arcos, a meio do Tejo, rompendo o céu cinzento, belos raios de sol iluminaram as águas por breves instantes.
Parecendo como que plantadas, rio acima, algumas das pequenas embarcações tinham sido arrastadas para além do pequeno porto de abrigo de Santo Amaro.

Finalmente Lisboa que, embora cinzenta e chuvosa àquela hora da manhã, começou a clarear no início da tarde.

Um dia fabuloso com uma energia muito especial.

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