sábado, 14 de janeiro de 2017

Um doce sábado


Embora a temperatura esteja fresca, este sol maravilhoso convida a sair e a ver as novidades que aí andam.

O MUDE convida-nos a visitar a «Cidade Gráfica», integrado no programa MUDE Fora de Portas, patente no Convento da Trindade que fica na Rua Nova da Trindade n.º 20, até 18 de Março corrente, de terça a domingo, das 10 às 18 horas. A entrada é gratuita.

O espaço é interessante, amplo e a exposição está muito boa.
Quem não faz a mais pequena ideia como se constrói uma letra de néon vai poder ver como é. Acreditem que dá trabalho.
Vou deixar aqui algumas das fotos que captei para terem uma ideia do espaço expositivo e abrir-vos o apetite para visitar e um texto, no final, sobre a exposição.










No âmbito da programação MUDE FORA DE PORTAS estamos agora no Convento da Trindade com a exposição “Cidade Gráfica. Letreiros e reclames de Lisboa no século XX”
Esta exposição tem como objetivo mostrar um património que está a desaparecer da cidade, apresentando assim letras e letreiros já desativados. Em colaboração com o Projeto Letreiro Galeria (iniciativa que procura preservar os letreiros comerciais e industriais que estão desativados, considerando-os património cultural e memória gráfica da cidade), o MUDE olha para a cidade de Lisboa pela perspetiva da publicidade e da cultura urbana, contribuindo para a preservação de um património gráfico reunido que urge estudar e permitir a fruição de uma memória cultural comum a todos os portugueses.
Devido à evolução dos grafismos, à reabilitação urbana e na sequência das próprias dinâmicas empresariais, que conduzem à abertura e ao fecho de lojas, muitos desses letreiros acabam abandonados, tendo como destino o ferro-velho ou o lixo, perdendo-se qualquer rasto sobre a sua história e o seu contexto. Assim se perde também parte da memória de uma cidade e das referências estéticas que marcam várias épocas. Esta exposição, a publicação a ela associada e os debates que se preparam, procuram sensibilizar para esta questão e analisar a evolução deste meio de comunicação e publicidade, muito relacionado com o design, mas também com a arquitetura e o urbanismo.
[retirado daqui]

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Se forem gulosos e gostarem de chocolate podem passar pela Chocolataria Equador que fica pertinho e tem um espaço muito agradável à vista.







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Neste sábado esteve em cena, no Teatro da Trindade, um «musical», NÓS, TRABALHADORES.
O teatro estava cheio embora a divulgação tenha sido pobre e, duma maneira geral, pelos comentários que ouvi à saída, a grande maioria que assistiu, gostou.

Quanto a mim, posso dizer que a mensagem foi bem transmitida, mas dificilmente chamaria ao que vi de musical.
Óptimos actores/cantores salvaram a honra do convento, por serem realmente bons naquilo que fazem, mas a encenação e direcção de actores deixou a desejar, o que foi uma pena, porque poderia ter sido um trabalho do qual nos orgulhássemos.

Pareceu-me uma manta de retalhos à qual se foram cozendo «quadros» cantados ou não,que iam surgindo como parte de uma e outra, e outra ideia que poderiam, no seu conjunto, ter levado ao árduo trabalho da construção de um Todo, como linguagem estética (não falo da história contada). Mas não. O trabalho do encenador falhou.

A parte vídeo foi bem conseguida, com uma linguagem inteligente e por vezes cheia de humor.
Os instrumentistas extraordinários e o coro, o maravilhoso coro que nas duas primeiras interpretações me fizeram sorrir pensando que se assim começava iria certamente ser um grande espectáculo, foi perdendo a sua força ao longo do espectáculo, devido essencialmente a mau posicionamento em palco. Merecia mais. Que o tivessem feito brilhar até ao fim.  Gostaria ouvi-lo noutra actuação, noutra circunstância, brevemente.
Tenho pena, em particular, que o poema cantado Calçada da Carriche, cuja harmonia soou lindamente, tenha perdido pela distância a que o coro se encontrava (ao fundo do palco), tendo sido impossível perceber a maioria da letra (mesmo para quem tão bem a conhece) ao serem como que «abafados» pela parte instrumental.

Quanto ao nosso público, ainda precisa de ver muito espectáculo nas suas diversas áreas, para possuir um espírito crítico mais apurado (no bom sentido, obviamente).