terça-feira, 28 de dezembro de 2010

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Para os amantes de viagens de avião de médio ou longo curso, sonhando com uma bela viagem repleta de imprevistos - de preferência animada e desafogada em relação à variável espaço (em especial se gosta de estender o corpo pelos assentos fora) - aqui fica a dica: reserve a sua viagem para o dia 25 de dezembro.
Com um pouco de sorte, a relação de simpatia da tripulação para consigo, por motivos vulgarmente conhecidos por forças da natureza, tornar-se-á numa relação de cumplicidade quando chegar o ponto de solicitarem a sua colaboração a bordo. Isso mesmo, leu correctamente: colaboração a bordo.
Não se assuste se isso lhe acontecer. Apenas quer dizer que o escolheram porque é o mais fiável do grupo de resistentes que passo a descrever:
1/está com uma grande pedrada, cara feliz, sem fazer ideia onde anda;
2/tem a sua mente demasiado ocupada para contrair um qualquer musculo facial, fazendo cálculos sistemáticos tentando  perceber até onde é que o passaroco dobra, sem atingir o ponto de ruptura;
3/apenas possui um único neurónio no cérebro e, mesmo esse... tem os seus dias....;
4/qualquer movimento o faz sentir embalado e o facto é que dorme como um bébé, pelo que, quando o acordam acha estranho o seu sonho ter mais luminosidade que a própria cabine onde viaja... [hey!,¿alguém acende novamente as luzes para ver melhor a cara deste marmanjo que me acabou de acordar? a farda até que lhe dá um arzinho catita ... hum, ¿será que vão acender uma árvore de Natal a bordo?, pergunta-se...]
Isso mesmo, PARABÉNS! pertence à categoria 4/ ! e quando finalmente adapta a acuidade visual à penumbra que o envolve, começa a achar estranho não vislumbrar, num rápido coup d'oil, vivalma em seu redor. Afinal de contas, o voo ia a meio gás, e tem a certeza que o povo lá estava antes de passar pelas brasas... ai estava, estava!
É nesse ponto que a relação de cumplicidade tripulação/criatura dorminhoca, se inícia. Mais precisamente no momento em que o catita que o acordou faz um subtil trejeito com o olhar para a traseira do avião. Ao segui-lo, rodando a sua cabeça e tronco cerca de 90 graus, dá com a foto que mais tarde se arrepende de não vir a registar: toda a gente agrupada nos bancos traseiros do avião, caras lívidas ou pró-esverdiadas, viradas para baixo, mais propriamente para o saquinho que seguram entre mãos. E a primeira questão que lhe vem ao espírito é ¿porque será que fazem aqueles sacos tão pequenos?...

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